Segundo
Domingo do tempo Comum dia 15-01-2012
Liturgia
homilética
Não é
fácil, irmãos! Por estar num caminho de vocação, sendo sacerdote no ano de
2012, não somos melhores nem mais fortes que ninguém… Sentimos em nós
pensamentos, afetos e desejos contraditórios… Mas, sabemos que Cristo nos
chamou, nos amou e por nós entregou a vida. Então, que digamos como Pedro: “Senhor, a quem iremos? Tens palavra de vida eterna e nós cremos e
reconhecemos que tu és o Santo de Deus” (Jo 6,69).
Querido Amigos de caminhada, depois
de tantas festas, natal, apresentação do Senhor..., Neste segundo domingo estamos
iniciando de fato o Tempo Comum. Terminou ontem a primeira semana deste tempo
“verde”, entramos hoje no Segundo Domingo chamado Comum: comum de buscar nossa
vocação de estar perto do Senhor, ficar com ele e fazer nossa experiência de fé
melhor que o ano anterior.
As leituras apresentada neste dia nos comunica nosso Deus que chama,
que entra na nossa vida e nos dirige o seu apelo. Foi assim com Samuel que, novinho, sequer sabia
reconhecer a voz do Senhor; e depois de mais mil anos foi assim com os
primeiros discípulos, traspassados pela palavra do Batista que, apresentando o
Cordeiro de Deus, quase que forçava aqueles dois, André e Tiago, a seguirem Jesus. E lá vão eles: “Rabi, onde moras? Onde
tens tua vida?” E Jesus os convida: “Vinde
e vereis! Somente se tiverdes a coragem de virdes
comigo, de comigo permanecerdes, podereis ver de verdade!”. E hoje depois de
Dois mil anos repete o mesmo chamado. Não é impressionante, quase que
inacreditável, caríssimos, que Deus nos conheça pelo nome, que o Senhor nos
chame e nos queira parceiros seus no caminho da vida? E, no entanto, é assim!
Também nós somos conhecidos pelo nome, nossos passos, nosso coração, nossa vida
são conhecidos pelo Senhor… E ele nos chama com amor. A nós, que estamos
procurando a felicidade e a realização na vida, o Senhor também dirige a
pergunta: “O que estais procurando?” Vinde, meus
amigos, fiquemos com o Senhor e encontraremos aquilo que nosso coração procura,
aquilo que faz a vida valer a pena.
Mas,
esse “estar com o Senhor”, esse “permanecer com ele”, parece um céu, que é o
início da própria vida eterna já neste mundo, não pode se dar sem que realmente
sejamos de Cristo, com todo o nosso ser, corpo e alma. Aqui aparece com toda
clareza a urgência e atualidade da advertência de São Paulo, feita aos
coríntios e a nós. Corinto era uma cidade particularmente devassa do Império
Romano. E, como hoje, os cristãos eram tentados a “corintiar”, a entrarem na
onda, achando tudo normal, moderno e compatível com a fé. O Apóstolo, em nome
de Cristo, desmascara essa ilusão, tão comum entre os cristãos de hoje.
Ouçamo-lo! É incômodo, é chato, mas é a Palavra de Deus, que nos ilumina,
liberta e nos salva… Ouçamo-la!
Depois
de rever esta leitura vocês podem pensar nossa como esta liturgia de hoje é
moralista, talvez seja sim, mas é assim que tem que ser, alguns de vocês pensem
como os judeus pensaram ao término do Discurso sobre o Pão da Vida: “Essa palavra é dura! Quem pode escutá-la?” (Jo 6,60).
Pois bem, a nós, com doçura e também com firmeza o Senhor diz: “Isto vos escandaliza? Quereis também vós ir embora?” (Jo
6,61.67).
Por fim irmãos, dizer na vida
como Samuel disse: “Eis-me aqui”; é isto atender ao convite do Senhor: “Vinde e
vereis”; é isto, finalmente, “ir ver onde ele mora e permanecer com ele”.
Que ele nos dê também a nós a sua graça! Amém.