sexta-feira, 6 de abril de 2012

Semão das Sete palavras



Nosso Senhor Jesus Cristo, do alto da cruz mesmo na dor Jesus é sinal de anúncio. Os cravos cortavam sua mão com a força gravitacional do seu corpo que pedia para baixo. Sua respiração era difícil pela posição dos braços e pés presos, a dor era insuportável. Tudo isso para nos salvas e ainda proferiu sete Palavras que ficaram consignadas no coração da Igreja. Essas Palavras de Cristo na Cruz, objeto de meditação dos Santos Padres e Doutores, compõem um tesouro singular que o Senhor nos deixou no momento em que consumava o Mistério de nossa Redenção.

1 - "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem"

Como um sacerdote ele eleva seu olhar em direção a Deus e apresenta em prece a Deus pelo povo em sua volta. O messias desprezado e confundido pelo povo Judeus como um malfeitor, mas mesmo no auge do sofrimento, Cristo não perde a dimensão da fragilidade do ser humano, da misérias humanas e implora o perdão pra nossas culpas. Seu sangue derramado na cruz nos torna limpos para voltar à casa paterna. Em meio à humanidade devastada pelo pecado, em meio ao povo enganado que pedia a morte do Cordeiro inocente, Cristo tem compaixão e pede o perdão para aqueles que o condenam. Neste momento final, Cristo retoma o ensino que outrora tinha proferido: “Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem” (Mt 5,44). Dessa forma ele deixa claro a necessidade e a importância do perdão, necessidade essa consignada na oração que Ele mesmo ensinou a seus discípulos: “perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam” (Mt 6,12). No cristianismo não há lugar para reencarnação, não existe possibilidade de voltar a vida para corrigir os erros, é na remissão da cruz de Cristo levou nossos pecados. Se não acreditar que Cristo morreu pelos nossos pecados, em vão foi todo este sacrifício, em vão é nossa fé.  

2 - "Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso".

Quando Cristo profere a segunda Palavra na Cruz, observamos dois ladrões crucificados, um de cada lado. Nestes dois ladrões vemos a prefiguração de duas atitudes que podemos abraçar em nossa vida: a atitude do desespero em meio ao sofrimento, zombando da salvação e, por conseguinte do Salvador; e a atitude de reconhecimento e confissão do pecado, resignação em meio ao sofrimento presente, com vistas na esperança da glória futura. Que ensinou grandioso recebemos de Nosso Senhor ao conceder ao penitente arrependido a Salvação eterna: hoje estarás comigo no paraíso! Veja ele disse: Hoje. Poderia ter dito outras coisas, mas disse hoje, pelo sangue derramado na cruz ele oferece a salvação a todos que nele crer, isso acontece mais uma vez, não lugar para outra crença a respeito da ressureição do corpo e alma. Com estas palavras salvífica Jesus nos mostra que se nos arrependermos dos nossos pecados, O reconhecermos como nosso Salvador (cf. Jo 1,12) e O buscarmos diligentemente, sem dúvidas estaremos com Ele.
3 - "Mulher, eis aí o teu filho. Filho eis aí a tua Mãe!"

Um dos preciosos testamento deixado por Jesus, como o que ele tinha de mais sagrado foi deixar para humanidade sua mãe, neta terceira Palavra de Cristo na Cruz, em meio a todo o sofrimento e dor do alto da cruz com muita dificuldade de falar mesmo assim encontra força e ele dirige a palavra a mãe e ao discípulos amado representado pela humanidade amada, Jesus mais uma vez, numa prova que não deixa duvidas de amor à humanidade, nos dá a graça de termos a Sua santa Mãe por nossa mãe! Esta Palavra nos revela fatos muito importantes, é uma prova de que Nossa Senhora não possuía outros filhos, pois caso contrário não poderia estar desamparada neste momento, revela-nos que era viúva de São José, que também não se encontrava ao seu lado. Outra revelação magnífica dessa Palavra é a necessidade de tão boa Mãe a nos acompanhar em nossa caminhada rumo ao Salvador, ora todos os atos de Nosso Senhor Jesus Cristo, são atos salvíficos, assim, sendo, ao nos dar Sua Mãe como nossa Mãe, Jesus Cristo visava a nossa salvação. João neste momento, o discípulo amado, era a prefiguração de cada um de nós. E o que ele fez ao receber tamanha graça? Imediatamente “o discípulo a levou para a sua casa”. Todo verdadeiro Cristão deve ter por Mãe Nossa Senhora, que insistentemente só tem um único pedido a nos fazer: “Fazei tudo o que Ele vos disser !” (Jo 2,5)

4 - "Elói, Elói, lammá sabactáni? - Meus Deus, meus Deus, por que me abandonastes?"

Nesta quarta Palavra, Cristo expressa a dor de carregar em seu corpo santo todo o pecado da humanidade, a fim de redimi-la. Ele levou sobre si os nossos pecados, as nossas dores e as nossas transgressões, de modo que se encontrava desfigurado. O Pai ao olhar o Filho não o reconhece, mas vê nele as nossas misérias, a podridão dos nossos pecados. O desviar do rosto do Pai que seria dado a nós, foi dado a Jesus naquela hora. Bendita solidão de Jesus, pois ali fomos redimidos e reconciliados com o Pai! Cumpre saber que Jesus estava sobrecarregado de todos os pecados do mundo inteiro e por isso, ainda que pessoalmente fosse o mais santo de todos os homens, tendo de satisfazer, por todos, os pecados deles, era tido pelo pior pecador do mundo e como tal fez-se réu de todos e ofereceu-se para pagar por todos. E porque nós merecíamos ser abandonados eternamente no inferno, no desespero eterno, quis ele ser abandonado ou entregue a uma morte privada de todo o alívio, para assim livrar-nos da morte eterna.

5 - "Tenho Sede!"

Nosso corpo pode ficar sem comida, mas sem suporta, o corpo desidratado, perdeu muito sangue por isso tão grande foi a sede corporal que Jesus sofreu na cruz, já pelo sangue derramado no horto, já no pretório pela flagelação e coroação de espinhos, e mais ainda na mesma cruz onde de suas mãos e pés cravados escorriam rios de sangue como quatro fontes naturais. Sua sede espiritual foi, porém, muito maior, isto é, o desejo ardente que tinha de salvar todos os homens e de sofrer ainda mais por nós em prova de seu amor, e está sede brota da fonte do amor. Essa Palavra de Jesus na Cruz nos remete ao momento em que Ele pede de beber à samaritana (cf. Jo 4,1-15) no poço de Jacó, como se pedisse a cada um de nós, a nossa vida, a nossa alma para lhe saciar a sede. Ele afirma para a samaritana que Ele é a água viva (cf. Jr 2,13), quem Dele beber não terá sede.

 6 - "Tudo está consumado!"

Essa penúltima Palavra de Cristo na Cruz vem selar todas as profecias a seu respeito. Nestes momentos finais Cristo nos diz com essa Palavra que toda a vontade do Pai para nos salvar foi cumprida Nele e por Ele. Com essa Palavra Jesus nos ensina a perseverar em nossa fé até o fim. Confiando Nele (cf. Fl 4,13) não devemos jamais olhar para trás (cf. Gen 19,26; Lc 9,62), mas, seguir sempre em direção ao alvo (cf. Fl 3,14), à nossa meta: a salvação que nos é ofertada gratuitamente por Deus. A última revelação da trindade, foi encerrada naquele momento, agora é a vez nossa de continuar o projeto de Jesus, sua igreja sendo luz para o mundo.

7 - "Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito!"

Consumada as Escrituras, Nosso Senhor Jesus Cristo livremente entrega o espírito ao Pai, realizando a redenção definitiva da humanidade. É a realização do sacrifício da Nova e Eterna Aliança. Com essa Palavra Jesus nos ensina a entregar-nos sempre, livre e totalmente ao Pai, que está sempre de braços abertos a nos esperar. Iluminados por essa Santa Palavra do Senhor possamos confiar-nos sempre a Ele, fazendo assim a vontade do Pai. O Rei Davi punha toda a sua esperança no futuro Redentor, dizendo: “Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito; pois vós me remistes, Senhor Deus da verdade” (Sl 39,6). Quanto mais nós devemos confiar em Jesus Cristo, que já realizou a nossa redenção! Digamos-lhe, pois, com grande confiança: “Vós me remistes, Senhor, por isso em vossas mãos encomendo o meu espírito!

quinta-feira, 5 de abril de 2012

QUINTA FEIRA SANTA


Nesta noite santa fazemos memória da Ceia Pascal de Jesus. Aquilo que o Senhor realizou durante toda a vida e consumou na cruz – isto é, sua entrega de amor total ao Pai, por nós -, ele quis nos deixar nos gestos, nas palavras e nos símbolos da Ceia que celebrou com os seus. Naquela Mesa santa do Cenáculo, estava já presente, em símbolos e gestos, a entrega amorosa do Calvário. É isto que celebramos neste momento sagrado, momento de saudade, de aconchego e de despedida. Era em família que os judeus celebravam o Banquete pascal… Jesus celebrou com seus discípulos, conosco, sua família: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim,” até o extremo de entregar a vida, pois “não há maior prova de amor que entregar a vida pelos amigos” (Jo 15,13).
Hoje, neste final de tarde e início de noite, ele se fez nosso servo, ele lavou nossos pés, porque “não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). Lavando os nossos pés, ele revelou de modo admirável seu desejo de nos servir dando a vida por nossa salvação.

Hoje, ele nos deu o novo mandamento: “Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”. Assim fazendo, assim falando, o Senhor nos ordena, por amor a ele, a que nos sirvamos mutuamente, nos amemos mutuamente, nos aceitemos e perdoemos mutuamente, até dar a vida uns pelos outros. Eis nosso testamento, nossa riqueza e também nossa vergonha, porque tantas e tantíssimas vezes descumprimos o desejo do Senhor! Que contemplando o gesto do Senhor, hoje nos demos o perdão. Eu vos peço em nome de Cristo: reconciliai-vos em família, por amor de Cristo; reconciliai-vos na paróquia, nos grupos e movimentos de Igreja, por amor daquele que nos amou assim e nos deu o exemplo! Por Aquele que se deu a nós nesta tarde bendita, perdoemo-nos, acolhamo-nos, amemo-nos! É o único modo, caríssimos, de celebrarmos a Santa Páscoa no domingo próximo e de participarmos hoje desta Ceia bendita!
O Senhor – para que tenhamos a força de amar como ele, de confiar amorosamente no Pai como ele, de amar os irmãos como ele -, hoje, ele instituiu o Sacramento do amor, a Eucaristia. Hoje ele deixou-se ficar no Pão e no Vinho transfigurados pelo seu Espírito Santo, como sacramento do seu Corpo e Sangue, imolado e ressuscitado para ser nossa oferta ao Pai, nosso alimento no caminho e nosso penhor de ressurreição e vida eterna. Quanta gratidão, quanto reconhecimento, devem brotar do nosso coração! Seu Corpo por nós imolado, seu Sangue por nós derramado, Jesus por nós entregue – sacramento de um amor eterno, de uma entrega sem fim, de uma presença perene! Comungar hoje do Corpo e do Sangue do Senhor é não somente unir-se a ele, mas estar disposto a ir com ele até a cruz e a morte! Ah, irmãos, não façamos como Pedro, que prometeu, mas não cumpriu e negou o Senhor! “O cálice de bênção que abençoamos não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo?” (1Cor 10,16). Que grande mistério, esta união de vida e de morte com o nosso Senhor pela Eucaristia! Não reneguemos na vida e nas ações aquele que hoje nos convida à sua mesa e conosco celebra a sua Páscoa!
Hoje, para presidir à Eucaristia e ser um sinal do Senhor, mestre e servidor, Cristo, na Ceia, instituiu o sacerdócio ministerial: aqueles que em seu nome e por sua ordem, deverão presidir à Celebração eucarística até que ele volte. Nesta tarde sagrada, rezemos pelo nosso Bispo e pelos nossos sacerdotes, para que sejam dignos de tão grande ministério e o exerçam como Cristo, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida!
Irmãos e Irmãs caríssimos, guardemos no mais profundo do coração os mistérios desta Missa na Ceia do Senhor. Um amor tão grande, uma entrega tão total deve mover nosso coração, deve nos fazer sentir compungidos, desejosos de abrir nossa vida para o Cristo e realmente caminhar com ele. Tudo, nesta Celebração, respira amor, fala de amor: recordem o cordeiro imolado da primeira leitura – é o Cristo que por nós é imolado; pensem no pão sem fermento que partimos e no cálice da aliança que repartimos, na segunda leitura – é ainda o Cristo que se deixa ficar entre nós e em nós, como alimento e vida nova, plena do Espírito do Pai; recordem o Senhor inclinado, lavando-nos os pés, dando-nos a vida e dizendo a você e a Pedro: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”– é o Senhor na sua pura entrega de amor por nós!
Por favor, nestes dias, celebremos estes santos mistérios pascais com piedade, espírito de adoração profunda e profunda gratidão para com Aquele que por nós quis entregar-se às mãos dos malfeitores e sofrer o suplício da cruz. Não fiquemos indiferentes, não sejamos frios: tudo quanto celebraremos foi por nós que o Senhor instituiu e para nossa salvação que realizou! E que pela Páscoa deste 2012, ele se digne conduzir-nos à Páscoa eterna. Amém.


Procissão do Encontro


Mas chegou a hora, como antecipação, em que os passos de Mãe e Filho se separaram. Aos doze anos os passos de Maria se dirigiam, de volta, a Nazaré.......os passos de Jesus firmes, se dirigiam ao Templo, à Casa de Deus em Jerusalém. E a resposta depois do primeiro encontro doloroso foi: “Mãe, devo ocupar-me das coisas de meu Pai”. Naquele momento aos doze anos do Menino Jesus, Maria percebeu que tinha chegado a hora. Não era mais Jesus que seguiria seus passos, mas seria Ela, a Mãe, que deveria seguir os passos do filho Jesus. Também na família de Nazaré o descompasso aconteceu. Passos desconcertados, passos, à primeira vista, errantes. Mas passos certos na ótica de Deus Pai. Jesus deveria tornar-se Mestre. A partir daquele momento a Mãe deveria tornar-se discípula. E o Mestre Jesus dá seus passos na direção de sua vocação: Ele será Mestre de discípulos, Ele será Mestre de Multidões, Ele será Mestre de gerações. E ser Mestre é estar na frente, é dar passos firmes, fortes, para que outros possam seguí-lo. Ser Mestre é ter discípulos. Ser discípulo é seguir os passos do Mestre. E os passos do Mestre Jesus foram dados. Ele pisou firme na direção certa: fazer a vontade de Deus. E qual é a vontade de Deus: Revelar ao mundo o amor do Pai. E como fazer isso ? Morrendo em uma cruz, amando até o extremo.
Mas, Maria a Mãe, depois de deixar de ser mestra, tornou-se discípula e seguiu seu Divino Filho. Seguiu-o com alegria, em Caná da Galileia, fazendo com que ele transformasse água em vinho. Segui-o com apreensão quando pregava na sinagoga de Nazaré e de Cafarnaum. Segui-o com medo quando a avisaram que queriam matá-lo. Sim, Maria, a Mãe seguia seu filho com ternura, quando ele, nas encostas do Mar da Galiléia pregou as bem-aventuranças. Ela, a Mãe, sentia um misto de alegria messiânica e preocupação, quando, seguindo-o, o via realizando curas e milagres. Maria, seguiu os passos de Jesus, seu Filho. É a senhora dos passos, exemplo de discípula, que a todo momento está com o Mestre. Passos de Mãe, Passos do Filho. Humanamente falando o Filho não daria os passos certos, se não tivesse estado na estrada da Mãe.Passos que se seguem, se cruzam, se desencontram, passos que marcam, passos de Mãe e Filho, passos que se encontram em tantos momento, em tantas ocasiões. Passos que na verdade não se separaram jamais.
E eis que esses passos agora novamente se encontram. Se encontram aonde? A caminho do calvário. Passos doloridos, passos machucados, mas passos, sempre passos, um em direção ao outro. Os passos se encontram. Em uma rua estreita da velha Jerusalém. Enquanto cruel multidão grita enfurecida, olhares se cruzam. A mãe e o Filho, o Filho e a Mãe. Agora os passos se acertam. Ela continua a ser discípula, também no momento maior da dor. Por isso, passos que não separam jamais.
É o encontro doloroso nas ruas de Jerusalém, nas ruas da paroquia Santa Gemma. É o encontro que marca a história da humanidade, deve marcar a nossa história. Quem apoiará Jesus com a cruz às costas? Somente uma mãe terna o pode fazer. Quem dará forças a Jesus naquele momento terrível? Somente o olhar de Mãe pode fazê-lo. Qual o diálogo de ambos naquele encontro doloroso ? O diálogo do olhar. A mãe olhou para o filho e com certeza, com o olhar, disse, repetiu: “Faça-se a vontade do Pai”. O Filho alquebrado olhou para a Mãe e afirmou: ‘ É chegada a hora” – “Mãe, eu confio em ti”. Sim, neste mundo o Cristo, confiava em sua Mãe, pois mesmo adulto, continuava a ser criança necessitada de colo, de amparo...Mãe, eu confio em ti. Daqui a pouco, pregado na cruz, tendo a mesma mãe aos pés, Ele dirá: Pai nas tuas mãos entrego o meu espírito. Assim foi o encontro doloroso de dois mil anos atrás. E após aquele encontro rápido, veloz, devido a maldade dos soldados e da multidão, o cortejo continuou até o calvário. E os passos de Maria? Ah. Sim, a Mãe, continuou acompanhando o Filho com a cruz às costas. Fiel discípula. Os Passos do Mestre....os passos da discípula.
E os nossos passos? Como damos os passos, qual a nossa direção, cristãos do século XXI? Damos passos? Ou estamos parados? Damos passos na direção certa? Damos passos na velocidade necessária? Corremos, andamos ou acomodados estamos à beira do caminho?
É preciso dar passos. Jesus, o Senhor dos Passos nos ensina. Não podemos ficar parados. Precisamos dar passos e passos certos, passos na direção certa. É preciso dar passos na direção da conversão. É preciso dar passos largos para fugir do pecado. Carregar a cruz do apego ao mal e fugir de toda vaidade, orgulho, soberba. É preciso tomar a cruz e dar passos em direção à caridade, humildade, mansidão. É preciso deixar o caminho da ira, da raiva, da avareza, da luxuria e dar passos em direção à generosidade, à temperança, à castidade. É preciso fugir da preguiça, da indolência espiritual e dar passos em direção ao zelo, ao fervor, à verdadeira devoção. Precisamos dar passos. Jesus com a cruz às costas insiste: não podemos desistir. Temos que ir em frente, mesmo que a cruz pese. O pessimismo, a tristeza não podem deter nossos passos. O relacionamento familiar pode ser reconstruído. A vida pode encontrar de novo o sentido verdadeiro. O jovem drogado pode encontrar outro caminho. Não existe derrota completa nos passos de Jesus.
Diante do Senhor dos Passos e da Senhora da Dores, discípula perfeita, a querida Mãe da Piedade, não podemos ficar parados, não temos o direito de nos acomodarmos com a mentalidade desta sociedade traiçoeira em que vivemos. Para o Cristianismo os dias são difíceis,o pecado abunda na sociedade e na própria Igreja, mas a Palavra de Deus nos garante: “Aonde abundou o pecado, superabundou a Graça de Deus”. A Graça é maior que o pecado. O Bem é vencedor diante do mal. Jesus não deteve os passos diante do mal dos judeus que o levavam ao Calvário. Jesus seguiu firme seu caminho, sem jogar a cruz, sem desprezar a cruz, não tirou os passos do caminho certo. Assim, também, nós queremos continuar nossa caminhada, acertando nossos passos, mantendo-os no caminho certo, pois sabemos que depois da Cruz vem a Luz, depois da sexta-feira da paixão, encontramos o domingo radioso da ressurreição.
Senhor dos Passos, Senhora do Bom Caminho, Virgem da Piedade, ensina-nos a andar, a caminhar, a termos os passos firmes no caminho certo do Evangelho. Amém!