sábado, 31 de março de 2012

Homilia do domingo de ramos,


Domingo de Ramos
Relembrando a Entrada do Senhor Jesus em Jerusalém. Ele é o Filho de Davi, o Messias esperado por Israel, que vem tomar posse de sua Cidade Santa. Mas, que surpresa! É um Messias humilde, que entra não a cavalo, mas num humilde burrico, sinal de serviço e pequenez! Ei-lo: seu serviço será dar a vida pela multidão. Ele é Rei, mas rei coroado de espinhos e não de humana vanglória. Termos seguido o Senhor nessa solene procissão com ramos é tê-lo reconhecido como nosso rei, rei pobre e humilde. Tê-lo seguido é nos dispor a segui-lo nas pobrezas e humildades da vida, dispondo-nos a participar de sua paixão e cruz para ter parte na glória de sua ressurreição.
Após a Procissão de Ramos, que pensamentos poderíamos colher agora na Liturgia da Palavra desta Missa da Paixão do Senhor? Eis alguns pensamentos:
Primeiro: O meio que Deus escolheu para nos salvar não foi o que é grande e vistoso, tão apreciado pelo mundo. Ao invés, o Pai nos salvou pela humilde obediência do Filho Jesus. Reconheçamos na voz do Servo sofredor da primeira leitura a voz do Filho de Deus: “O Senhor Deus me desperta cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo. O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhes resisti nem voltei atrás. Ofereci as costas para me baterem e as faces para arrancarem a barba. O Senhor é o meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, porque sei que não serei humilhado”. Palavras impressionantes, caríssimos! O Filho buscou humildemente, na obediência de um discípulo, a vontade do Pai – e aí encontrou força e consolo, encontrou a certeza de sua vida. São Paulo, na segunda leitura de hoje, confirma isso com palavras não menos impressionantes: “Jesus Cristo, existindo na condição divina, esvaziou-se de si mesmo, humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz”. Caríssimos em Cristo, num mundo que nos tenta a ser os donos da verdade, desprezando os preceitos do Senhor Deus e seus planos para nós, aprendamos a humilde obediência de Cristo Jesus, entremos em comunhão com o Cristo obediente ao Pai até a morte. Só então seremos livres realmente, somente então viveremos de verdade!
Um segundo pensamento: O breve e concreto relato da Paixão segundo São Marcos, apresenta-nos ao menos três modos de nos colocar diante do Cristo nosso Senhor. Dois modos inadequados, que deveremos evitar, apesar de tantas vezes neles cairmos; e um modo correto, a que somos continuamente chamados. Ei-los:
Primeiramente, o modo dos discípulos, tão vergonhoso: “Então todos o abandonaram e figuram”. Oh! meus caros, que desde o início temos sido covardes, desde os princípios somos um mísero bando de infiéis! Quantas vezes, nos apertos da vida, fugimos e o abandonamos: no vício, no comodismo, na busca de crendices e seitas, no fascínio por ideologias, idéias e filosofias opostas à nossa fé! Como é fácil fugir, como é fácil, ainda agora, abandoná-lo! – Perdoa-nos, Senhor Jesus, porque ainda hoje somos assim, ainda somos como os primeiros discípulos: frágeis, inconstantes, covardes mesmo! Perdoa-nos pelo pouco amor, pela falta de compromisso!
Depois, o modo de Pedro, que “seguiu Jesus de longe”. Atenção, caríssimos Pedros aqui presentes! Não se pode seguir Jesus de longe! Quem o segue assim? Quem pensa poder ser discípulo pela metade; quem se ilude, pensando seguir o Senhor sem combater seus vícios e pecados; quem imagina poder servir a Deus e ao dinheiro, ao Senhor e aos costumes e modos e pensamentos do mundo! Como terminarão esses? Como terminou Pedro: negando conhecer Jesus! – Senhor, olha para nós, como olhaste para Pedro; dá-nos o arrependimento e o pranto pela covardia e frieza em te seguir! Faze-nos verdadeiros discípulos teus, que te sigam de perto até a cruz, como o Discípulo Amado, ao lado de tua Santíssima Mãe!
Finalmente, uma atitude bela e digna de um verdadeiro discípulo do Senhor: aquele gesto, da misteriosa mulher, que ungiu a cabeça do Senhor com nardo puro, caríssimo! Notaram, amados em Cristo, o detalhe de São Marcos? “Ela quebrou o vaso e derramou o perfume na cabeça de Jesus”. Quebrou o vaso… isto é, derramou todo o perfume, sem reservas, sem pena, com amoroso estrago… Para o Senhor, tudo; para o Salvador o melhor! E São João diz que “a casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo” (Jo 12,3). Ó mulher feliz, discípula generosa! Dando tudo ao Senhor, perfumou toda a casa com o bom odor de um amor ser reservas! Quanta generosidade dessa mulher politicamente incorreta! Quanta hipocrisia, quanta mesquinhez dos apóstolos politicamente corretos, que não compreenderam seu gesto de amor gratuito! – Senhor Jesus, faz-nos generosos para contigo! Que te amemos como essa mulher: sem reservas, sem fazer contas! Ó Senhor, que nos amaste até o extremo, ensina-nos a te amar assim também, colocando nossos perfumes, isto é, aquilo que temos de precioso, a teus pés! Então, o mundo será melhor, porque o bom odor do amor haverá de se espalhar como testemunho da tua presença!
Eis, caríssimos! Fiquemos com estes santos pensamentos, preparando-nos durante toda esta Semana para o Tríduo Pascal, que terá seu cume na Santa Vigília da Ressurreição! Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos, porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
Pe. Lucimar Geraldo


sábado, 24 de março de 2012

Homilia da 5º Domingo da Quaresma


5º Domingo da Quaresma

Queridos Irmãos, última semana da quaresma. Hoje a lirurgia nos chama a olhar a missão de Jesus e a nossa missão quaresmal.
Jesus estava no interior do Templo de Jerusalém, no pátio interno, chamado Pátio de Israel. Ali, nenhum pagão podia entrar, sob pena de morte. Pois bem, dois gregos, dois pagãos, aproximaram-se de Filipe, que certamente estava na parte mais externa, no chamado Pátio dos Gentios, até onde qualquer pessoa podia chegar. Dois gentios, que procuravam com fervor o Deus de Israel, tanto que “tinham subido a Jerusalém para adorar durante a festa”. Com humildade, eles pedem: Gostaríamos de ver Jesus!” Eles não podiam entrar no Templo, não poderiam ver Jesus, a não ser que este saísse e viesse aonde eles estavam. Filipe, então, foi a Jesus e lhe relatou o pedido dos gregos. Jesus, então, afirmou, de modo misterioso: “Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado!” Que mistério, Queridos Irmãos: para que os pagãos vejam Jesus, isto é, para que o contemplem com os olhos da fé, para que nele creiam e nele tenham a vida, é necessário que Jesus seja glorificado pela cruz e pela ressurreição! É necessário que Jesus, grão de trigo, que se faz Eucaristia, morra de dê fruto – e este fruto é toda a humanidade, judeus e gentios que nele acreditarão e nele terão a vida eterna:“Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas, se morre, então produz fruto. Jesus entregará ao Pai a sua vida, para frutificar em salvação para nós, para que possamos vê-lo, contemplá-lo e experimentá-lo como nossa Luz e nossa Vida!
Mas, não foi fácil a sua missão! A vida de Nosso Senhor foi toda ela uma entrega de amor, que culminou com a entrega mais absoluta na cruz. E isso custou! Como não nos impressionar com as misteriosas palavras da Epístola aos Hebreus? “Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus por aquilo que ele sofreu. Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem!” Que mistério tão grande, tão adorável! O Filho foi se consumindo durante toda a vida, fazendo-se, por nós, obediente ao Pai, até a morte e morte de cruz. O Filho amado, durante toda a sua existência humana foi, humildemente, buscando a vontade do Pai e a ela se entregando, mesmo quando foi percebendo que a vontade do Pai querido apontava para a cruz! Assim, tornou-se causa de salvação para todos nós, para os judeus e para os pagãos! Quanto tudo isso custou: “Agora sinto-me angustiado. E que direi? ‘Pai, livra-me desta hora?’ Mas foi precisamente para esta hora que eu vim. Pai, glorifica o teu nome!” Em Cristo, Queridos Irmãos, vai cumprir-se a promessa que o Senhor fizera pelo Profeta Jeremias: Eis que virão dias em que concluirei com a casa de Israel e a casa de Judá uma nova aliança: imprimirei minha lei em suas entranhas e hei de inscrevê-la em seu coração. Todos me reconhecerão, pois perdoarei sua maldade e não mais lembrarei o seu pecado”. Eis, irmãos e irmãs: é na morte de Cristo que judeus e gentios entrarão para a nova e eterna Aliança no sangue do Senhor! Quanto somos valiosos, quanto custamos em dores e sacrifício, em doação e trabalhos ao Senhor! Quanto deveríamos amar àquele que nos amou até a morte e morte de cruz! Por isso mesmo São Pedro exclamará: “Sabeis que não foi com coisas perecíveis, com prata ou com ouro, que fostes resgatados da vida fútil que herdastes dos vossos pais, mas pelo sangue precioso de Cristo” (1Pd 1,18).
E, no entanto, Queridos Irmãos em Cristo, é a cruz do Senhor, é seu sacrifício amoroso ao Pai por nós, o critério do julgamento do mundo. Como dizia o Santo Padre Bento XVI, não são os grandes, os crucificadores, que salvam, mas o pobre e impotente Crucificado: “É agora o julgamento deste mundo. Agora o Chefe deste mundo vai ser expulso, e eu, quando for elevado da terra, atrairei todos a mim”. Compreendem, meus caros, o que o Senhor está dizendo? Sua cruz é o critério do julgamento do mundo: tudo aquilo que não couber na cruz, tudo aquilo que fugir da lógica da cruz, é lixo, é palha para ser queimada! É o amor manifestado e derramado na cruz que vence Satanás, que vence o pecado, que vence a morte e nos dá a vida plena. Não é a força, o sucesso, as razões humanas, o prestígio que salvam! Eis a loucura de Deus: é Cristo elevado na cruz quem libertará os gregos que estavam do lado de fora, sem poder entrar no povo da antiga aliança. Cristo morrerá por eles, por nós, para que todos, atraídos a ele, formemos um novo povo, a Igreja, povo da Nova e Eterna Aliança, selada no sacrifico do Senhor, neste mesmo Sacrifício Eucarístico que agora estamos celebrando nos ritos da sagrada liturgia! Quanta bondade, quanta misericórdia! Que dom tão grande recebemos do Senhor! Na cruz, de braços abertos, o Salvador nosso une judeus e pagãos num só povo, o novo Povo, a Igreja, sua amada esposa una, santa, católica e apostólica!
É este, Queridos Irmãos, o mistério que a Palavra do Senhor nos convida a contemplar neste último Domingo antes do início da Grande Semana. Mas, do alto da contemplação, o Senhor nos surpreende com um convite, um desafio, quase que uma ordem inesperada: Se alguém me quer servir, siga-me, onde eu estou estará também o meu servo”.

sábado, 17 de março de 2012

IV DOMINGO DA QUARESMA - DOMINGO DA ALEGRIA


Deus...que deixou de haver remédio

Queridos Irmãos e Irmãs, tendo percorrido a metade da nossa caminhada quaresmal, hoje a liturgia nos apresenta a realidade da Antiga Aliança e como também nossa realidade, muitas vezes quebramos a aliança. Para não persistirmos nos mesmos erros somos chamados a conversão 
Como o povo da Antiga Aliança, também nós tantas vezes somos infiéis – já devíamos ter visto isso claramente a essa altura da Quaresma! É trágico, na primeira leitura, o resumo que o Livro das Crônicas traçou da história de Israel: “Todos os chefes .... Com estas palavras dramáticas, o Autor sagrado nos explica o motivo do terrível e doloroso exílio da Babilônia: Israel fez pouco de Deus, virou-lhe as costas; por isso mesmo, foi expulso do aconchego do Senhor na Terra que lhe fora prometida, perdeu a liberdade, o Templo, a Cidade Santa, e tornou-se escravo no Exílio de Babilônia. Aqui aparece toda a gravidade do pecado, que provoca a ira de Deus! É sempre essa a conseqüência do pecado: o exílio do coração, a escravidão da vida! A Escritura nos ensina, Irmãos, que Deus nunca faz pouco caso do nosso pecado, nunca passa a mão na nossa cabeça, jamais faz de conta que não pecamos! Jamais despensa de modo leviano as nossas infidelidades! E por quê? Porque realmente nos ama, nos leva a sério, faz conta de nós! Ora, o pecado, afastando-nos de Deus, nos desfigura e nos faz perder o rumo e o sentido da existência. Por isso mesmo, causa a ira de Deus! Pois bem. A leitura do Livro das Crônicas nos mostrou que, uma vez Israel convertido, corrigido, o Senhor fá-lo voltar para a Terra sempre prometida.
Irmãos, esta mesma idéia que tantas vezes aparece no Antigo Testamento, cumpre-se de modo definitivo em Cristo Jesus. Hoje, o Senhor, com palavras comoventes, explica com uma delicadeza a Nicodemos a sua missão: “Deus amou ... Porque “estávamos mortos por causa de nossos pecados”, Deus, na sua imensa misericórdia, nos deu a vida no seu Filho único. Vede, irmãos: há duas realidades que são bem concretas na nossa existência. Primeiro, a realidade do nosso pecado. Nesta metade de caminho quaresmal, é preciso que tenhamos a coragem de reconhecer que somos pecadores, que temos profundas quebraduras interiores, paixões desordenadas, desejos desencontrados que combatem em nós… Quantas incoerências, quantos fechamentos para Deus e para os outros, quantas resistências à graça, quantas máscaras! A humanidade é isso! Não somos bonzinhos! Somos todos feridos, todos doentes, todos pecadores, todos necessitados da salvação! Mas, ao lado dessa realidade tão triste, há uma segunda realidade: Deus não se cansa de nós; estende-nos a mão para nos tirar do nosso atoleiro e nos salvar! Essa mão estendida é o seu Filho Jesus! Deus amou tanto o mundo, levou-nos tão a sério, que entregou o seu Filho, o Amado, o Único, o Santo! Se grande é o nosso pecado, imensa a misericórdia de Deus em Cristo; grande a nossa treva, imensa a Luz de Deus que nela brilhou em Cristo; grande o nosso egoísmo; imenso o amor de Deus manifestado em Cristo; grande a nossa morte; imensa a Vida que nos foi dada em Cristo Jesus, nosso Senhor!
Amados em Cristo, a grande tentação de nossa época é fazer pouco de Deus e, cinicamente, mascarar nosso pecado. Quantos cristãos adulteram, roubam, fornicam, abortam, negligenciam seus deveres para com Deus e com a Igreja, desobedecem aos mandamentos, e não estão nem aí. É um espírito de descrença, de falta de atenção e delicadeza para com o Senhor. Vemos isso em tanta gente de Igreja… Aqueles que nos corrigem são chamados logo de reacionários, fechados, sem misericórdia, duros, insensíveis para o mundo atual… E no entanto, a Palavra do Senhor é clara: é necessário que fixemos o olhar em Cristo que se entregou por nós e reconheçamos a gravidade e a concretude do nosso pecado! Voltemos, irmãos e irmãs! Em Cristo Jesus, nosso Salvador, “Deus quis mostrar a incomparável riqueza da sua graça!” Não brinquemos com o amor de Deus,(...) não recebamos em vão a sua correção!
Recordemos que hoje, no Evangelho, após mostrar o imenso amor de Deus pelo mundo, a ponto de entregar o Filho amado, Jesus nos previne duramente: Quem nele crê, .... Ora, Irmãos, acreditar no nome de Jesus não é aderir a uma teoria, mas levá-lo a sério na vida pelo esforço contínuo de conversão à sua Pessoa divina e à sua Palavra santa! Crede, irmãos, crede, irmãs! Crede não com palavras vãs! Crede com o afeto, crede com o coração, crede com os lábios, mas, sobretudo, crede com as mãos, com os vossos atos, com a prática da vossa vida! De verdade creremos na medida em que de verdade nos abrirmos para a sua luz; pois “o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz”.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Culto Ecumênico de Formatura


Homilia de Formatura - Vós sois a luz do mundo....
São Mateus 5, 13-16
13Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Vós sois o sal da terra. Mas se ele perder a força, com que há-de salgar-se? Não serve para nada, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. 14Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; 15nem se acende uma lâmpada para a colocar debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro, onde brilha para todos os que estão em casa. 16Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus».

Pode acontecer que venha a faltar luz em casa. Se for de dia tudo bem. Ao contrário, durante a noite, quando a luz falta, incomoda bastante. De repente, tudo fica escuro, não podemos ver os outros nem a nós mesmos; é preciso, então, ter cuidado para não pisar em algo e machucar, tampouco dar um passo em falso na escada. Nesse momento, se agradece encontrar aquele pedacinho de vela que outrora fora deixado de lado para esta ocasião: se trata duma pequena luz, mas é luz. E parece que tudo volta ao normal. Com se pode observar, não é tão evidente que nós vejamos “com os olhos”, parece mais evidente que vemos com a luz.
Que tem luz vê; que não a tem, ainda que tenha olhos, não vê nada! “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5,14). Nós, os cristãos, somos verdadeiramente a luz que ilumina os nossos ambientes! Por nossa causa é que o mundo pode enxergar. Mas por quê? Porque nós fomos iluminados por aquele que é a luz, Jesus. “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo” (Jo 9,5). Enquanto estou no mundo… ?! Mas, e depois da sua Ascensão? Nós somos a luz do mundo, Jesus continua iluminando através de nós.
Conta-se que Jesus, no dia da sua Ascensão aos céus, se encontrou com S. Gabriel Arcanjo que vinha, caminho contrário, cumprir alguma missão aqui na terra. Gabriel, ao ver o Senhor subindo aos céus e que a terra ficaria sem ele, olhou também para o planeta e observou um cenário curioso: a terra estava coberta por uma nuvem negra e o contraste negro-azul não resultava muito agradável a não ser por uns poucos, pouquíssimos, pontos de luz. Chamou a atenção do arcanjo o ambiente desolador, mas chamou-lhe mais imperiosamente a atenção a existência desses poucos pontos de luz. O arcanjo perguntou então ao Senhor: “e aqueles pontos de luz? O que são?” Jesus respondeu: “são a minha mãe e os meus outros discípulos. Eles vão iluminar toda a terra”. Gabriel, conhecendo a debilidade humana, depois de pensar um pouco, disse: “Senhor, excetuando a tua mãe, e se eles falharem?”. Ao que Jesus respondeu: “Eu não tenho outros planos”. Dito isso, Jesus continuou ascendendo rumo ao Pai.
No começo da humanidade, quando esta falhou em Adão, Deus tinha um “plano B”. O “plano A” era que Adão e Eva fossem fiéis e vivessem para sempre em amizade com Deus. Quando eles pecaram, Deus colocou em ação o plano B: a salvação por meio do seu Filho. A extensão dessa salvação, no entanto, conta com a nossa colaboração. Nós somos a luz do mundo! Existe o “plano C”? A revelação de Deus que chegou até nós através da Sagrada Escritura e da Tradição da Igreja não nos fala de um suposto “plano C”. O que nos foi revelado – e é de notar-se que não acontecerá outra revelação pública e que tudo nos foi dito em Cristo – é que Deus veio à terra e nos salvou e que ele conta conosco para estender essa salvação a cada homem, a cada mulher.
Nós, filhas e filhos de Deus, temos um papel insubstituível. Se nós falharmos, o mundo se perde! Grande responsabilidade! Grande motivo de ação de graças! Grande oportunidade para aproveitarmos os tempos e evangelizarmos, convidando todos à amizade com Deus! Ele conta conosco. Nós somos a luz e, sem nós o mundo estaria na escuridão mais terrível, no apagão geral mais tenebroso que poderia acontecer.
Celebrando em ação de graças por mais um etapa na vida de vocês formandos, Cristo nos convoca a sermos iluminados, a seu luz no mundo a essas realidades terrestres com a luz de Cristo. Se os cristãos, que são luz, não falarem e não atuarem, o mundo ir-se-ia afundando nas trevas mais profundas. Nós precisamos aproveitar todas as ocasiões para anunciar a Cristo, para iluminar com a luz de Cristo, para queimar com o fogo de Cristo que ilumina e aquece e do qual nós somos os portadores. A política, a economia, o mundo esportivo, os lazeres, as fábricas, os comércios, na educação e todo lugar onde um cristão pode estar honradamente, são lugares onde se deve alçar a Cruz do Senhor, que é luz, paz, alegria, responsabilidade e liberdade, vida nova.
Não podemos permitir que o mundo pereça nas trevas. Sem nós, que somos luz do mundo, tal coisa aconteceria. Logicamente, o panorama é vasto, as dificuldades são patentes e as forças são limitadas. No entanto, a nossa limitação não é um problema para ser luz, e sim a possibilidade de sê-la.
Com a luz de Cristo é que os cristãos iluminarão cidades inteiras, partidos políticos, grupos de empresários, universidades e centros educativos, comércios e estádios de futebol. Onde está um cristão, aí está a luz de Cristo! Mas o cristão tem que ser coerente, tem que dar a vida se for preciso. A luz que eu dou ao meu ambiente é forte como esses refletores para filmar ou fraco como aquela velinha que utilizamos quando falta luz? E, no entanto, não importa tanto a intensidade, o mais importante é continuar iluminando e pedir ao Senhor que ele intensifique a sua luz em nós.

Pe. Lucimar Geraldo
Paroquia Sta Gemma
Luth@netsite.com.br

sábado, 10 de março de 2012

3° Domingo da Quaresma



3° Domingo da Quaresma

Vamos tomo a nossa meditação da Palavra de Deus para este Domingo como princípio a primeira leitura. Que nos apresenta o Livro do Êxodo? As Dez Palavras, os Mandamentos de Torah. A palavra “mandamento” tem, hoje um significado antipático. Não gostamos de mandamentos, de normas, de preceitos. No entanto, para um judeu – e também para um cristão -, os preceitos, os mandamentos do Senhor, são uma bênção, um sinal de carinho paterno de Deus, que se volta para nós e nos abre o seu coração, falando-nos da vida, mostrando-nos o caminho, iluminando a direção da nossa existência. Foi com esse sentido que o Senhor nosso Deus deu a lei, revelou os preceitos a Israel. A Lei não deveria ser vista como um feixe pesado e opressor de proibições, mas como setas que apontam para o caminho da vida e nos fazem descansar no coração de Deus. O próprio termo hebraico torah, que traduzimos por Lei, significa, na verdade instrução. Na Lei, na Instrução, Deus nos fala da vida porque deseja conviver com o seu povo. Sendo assim, os preceitos são uma bênção! Eis, pois, o que são os mandamentos: uma luz, um caminho de liberdade, porque nos faz conhecer o coração de Deus e os seus sonhos para nós. Viver na Palavra de Deus, mergulhar nos seus preceitos é viver o seu sonho para nós, é ser livre, maduro e feliz. Por isso o Salmista, hoje, canta... E, no entanto, Israel violou a Lei de Deus, fechou-se para os preceitos do Senhor… E por quê? Porque não basta seguir um feixe de regras e normas para agradar a Deus. A Lei somente tem sentido se for vivida como uma relação de amor. Olhai bem como começa o Decálogo: “Eu sou o Senhor teu Deus que te tirou do Egito, da casa da escravidão. Não terás outros deuses diante de mim”. Aqui está já dito tudo: por lado Deus, apaixonado, fiel, amoroso: tirou o seu povo da miséria de suas escravidões. Por outro lado, o povo: de quem ele espera um coração totalmente dedicado ao seu Deus: “Não terás outros deuses diante de mim!” É esta relação de amor que Israel quebrou, contentando-se muitas vezes com um legalismo vazio e frio.
A imagem dessa situação, vemo-la no Evangelho de hoje: o Templo, lugar do encontro de Deus com o seu povo, transformado numa espelunca, numa casa de comércio, um lugar de prostituição do coração, de idolatria É idolatria a ganância, é idolatria a impiedade, é idolatria reduzir a religião a um negócio lucrativo, é idolatria pensar que se pode manipular Deus com um dízimo, com um rito ou com um volume da Bíblia! O Senhor previne: “Eu sou o Senhor vosso Deus que não aceita suborno!” (Dt 10,17) Por isso Jesus age de modo tão violento: Fez um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. Disse aos que vendiam pombas: ‘Tirai isso daqui! Não façais da Casa de meu Pai uma casa de comércio!’” que significa este gesto de Jesus? É uma pregação pela ação, uma ação profética, uma ação, um gesto que  vale por uma pregação. Jesus está revelando a santa ira de Deus contra o seu povo… Hoje em dia, com uma mania boboca de sermos politicamente corretos (coisa que nunca assentará num cristão), ficamos escandalizados com um Deus que se inflama de ira, com um Jesus que deveria ser mansinho, bonzinho, tolinho, aguadozinho, insossinho, e aparece, no entanto, firme, forte, radical… e irado! Esse é o Jesus de verdade: surpreendente, desconcertante! Sua ira nos previne no sentido de que não podemos brincar com Deus, não podemos fazer pouco dele! Correremos o risco de perdê-lo, de sermos rejeitados do seu coração! Em outras palavras: a conversão é uma exigência fundamental para quem deseja caminhar com Deus, sendo discípulo do Filho Jesus! Mas, os judeus, ao invés de compreenderem isso, com cinismo criticam Jesus e pedem-lhe um sinal: “Que sinal nos mostras para agir assim?” Vede bem, Irmãos: quando a infidelidade é grande, quando o nosso coração habituou-se no mal, corremos o risco de sermos tomados de tal cegueira, de tal dureza de coração, que já não vemos nem com a Luz! Jesus é a luz que brilha claramente. Sua atitude dura, recorda aos judeus o amor de Deus que foi traído, a Lei que foi deturpada, e eles ainda pedem por sinais… Jesus dá um sinal, terrível, decisivo: “Destruí este Templo, e em três dias eu o levantarei”. Que significa isso? “Estais destruindo este Templo? Ele é um sinal, é um símbolo profético: ele é o lugar no qual o homem pode encontrar Deus, ele é imagem do meu corpo. Pois bem! Vós violastes a aliança, destruístes o sentido da relação com Deus: continuais, pois a destruir este Templo. Mas em três dias eu o erguerei para sempre: vai passar a imagem, virá o Templo indestrutível, o lugar onde um novo povo poderá para sempre encontrar Deus: o meu corpo morto e ressuscitado!” Eis o sinal, surpreendente, escandaloso: à infidelidade do seu povo, Deus responde entregando o seu Filho e fazendo dele o lugar da salvação e da graça, da vida e da vitória da humanidade! É o que São Paulo nos diz na segunda leitura deste hoje: “Os judeus pedem sinais, os gregos procuram sabedoria; nós, porém, pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e insensatez para os pagãos”. O sinal que Deus apresenta para Israel, o remédio que Deus preparou para curar a violação da Lei é o seu Filho crucificado, morto e ressuscitado!
Irmãos, olhemos para nós, o Novo Povo de Deus, o Povo nascido da morte e ressurreição de Cristo. Não somos mais obrigados a cumprir os detalhados preceitos da Lei de Moisés mas, somos convidados a olhar o Crucificado, cujo corpo macerado é o lugar do perdão e do encontro com Deus, o lugar da nova e eterna Aliança… olhando o Crucificado, ouçamos, mais uma vez, como Israel: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te fez sair da casa da escravidão, da miséria do pecado e da morte, da escuridão de uma vida sem sentido! Eu te dei o meu filho amado! Não terás outros deuses diante de mim!” Compreendeis, irmãos? Os preceitos do Antigo Testamento passaram; não, porém, a exigência de um coração todo de Deus, um coração que o ame, um coração sem divisão! E, para nós, a exigência é ainda maior, porque Israel não tinha ainda visto até onde iria o amor de Deus; quanto a nós, sabemos: “Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).

Irmãos em Cristo, convertamo-nos! Ergamos os olhos para o Crucificado, “Poder de Deus e Sabedoria de Deus”, e mudemos de vida! Que nossa fé não seja fingida, superficial, descomprometida; que nossa religião não seja simplesmente uma prática fria e sem desejo de real conversão ao Senhor nosso! Crer de verdade exige que nos coloquemos debaixo do preceito de amor do Senhor! Estejamos atentos à advertência final e tremenda do Evangelho de hoje: “Vendo os sinais que Jesus realizava, muitos creram no seu nome. Mas Jesus não lhes dava crédito, pois conhecia a todos… conhecia o homem por dentro”. – Ah, Senhor Jesus! Tem piedade de nós! Converte-nos a ti e, depois, olha o nosso coração convertido e dá-nos a tua salvação! Piedade, Senhor! Na tua misericórdia infinita, conduze-nos às alegrias da Páscoa! 

quarta-feira, 7 de março de 2012

Sacramento do Matinônio


Família: Projeto de Deus – Sacramento do Matrimônio
Família, Santuário da Vida
O Papa João Paulo II chama a família de “Santuário da vida” (CF, 11). Santuário quer dizer “lugar sagrado”. É ali que a vida humana surge como de uma nascente sagrada, e é cultivada e formada. É missão sagrada da família, guardar, revelar e comunicar ao mundo o amor e a vida. O Concílio Vaticano II já a tinha chamado de “a Igreja doméstica” (LG, 11) onde Deus reside, é reconhecido, amado, adorado e servido; e ensinou que: ´A salvação da pessoa e da sociedade humana estão intimamente ligadas à condição feliz da comunidade conjugal e familiar´ (GS, 47). Jesus habita com a família cristã nascida no Sacramento do matrimônio.
Por que é Projeto de Deus
Vemos na Bíblia sempre referencia da importância deste projeto. A sua presença nas Bodas de Caná da Galiléia significa que o Senhor quer estar no meio da família, ajudando a vencer todos os seus desafios. Essas expressões exprimem bem o sentido profundo da família. Desde que Deus desejou criar o homem e a mulher “à sua imagem e semelhança” (Gen 1,26), Ele os quis “em família”. Tal qual o próprio Deus que é uma Família em três Pessoas divinas, assim também o homem, criado à imagem do seu Criador, deveria viver numa família, numa comunidade de amor, já que “Deus é amor” (1 Jo 4,8) e o homem lhe é semelhante. Na Carta às Famílias, que o Papa João Paulo II escreveu em 1994, afirma que: “Antes de criar o homem, o Criador como que reentra em si mesmo para procurar o modelo e a inspiração no mistério do seu ser ...”(CF, 6). Todos os seres criados, exceto o homem, já nascem dotados de tudo o que precisam para se tornarem completos na sua natureza. Conosco é diferente; pois Deus nos quis semelhantes a Ele e construtores do nosso próprio futuro. É o que Deus disse ao casal: “Crescei, multiplicai, e dominai a terra”. (Gen 1,28) Na visão bíblica, homem e mulher são chamados a, juntos, continuar a ação criadora de Deus, e a construção mútua de ambos. Só ao casal humano dá a inteligência para ver, a liberdade para escolher, a vontade para perseverar e a consciência para ouvir continuamente a Sua Voz. Esta é a alta dignidade que Deus confere à criatura feita à sua imagem. Para corresponder a esta grandeza dada pelo Criador, o homem deve viver a sua liberdade com responsabilidade. Ao falar da família no projeto de Deus, o Catecismo da Igreja Católica (CIC), diz que ela é “vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. (Sacramento). Essas palavras indicam que a família é, na terra, a marca (“vestígio e imagem”) do próprio Deus (sinal de Deus), que, através dela continua a sua obra criadora. Desde que existe a humanidade existe a família, e ninguém jamais a pôde ou poderá destruir, pelo fato de que ela é divina; isto é, foi instituída por Deus. Como ensina o nosso Catecismo, ela é “a célula originária da vida social”. “É a sociedade natural na qual o homem e a mulher são chamados ao dom de si no amor e no dom da vida” (CIC, 2207). A família é o eixo da humanidade, é a sua pedra angular. O futuro da sociedade e da Igreja passam inexoravelmente por ela. É alí que os filhos e os pais devem ser felizes. Quem não experimentou o amor no seio do lar, terá dificuldade para conhecê´lo fora dele. “A família é a comunidade na qual, desde a infância, se podem assimilar os valores morais, em que se pode começar a honrar a Deus e a usar corretamente da liberdade.
Desta forma Deus constituiu a família humana, a partir do casal, para durar para sempre, por isso, A FAMÍLIA É SAGRADA ! Neste contexto vemos que o homem não pode estar só, falta-lhe algo para a realização completa do seu ser humano. Vemos aí toda a importância e beleza do matrimônio que enriquece o casal na sua complementaridade. Esse era o plano de Deus quando “criou o homem...criou´o homem e mulher”(Gen 1,27). É o projeto de Deus para família hoje.
Como é doloroso perceber hoje que muitos jovens, nascidos em famílias católicas, já não valorizam mais este sacramento, e acham, por ignorância religiosa, que já não é importante subir ao altar para começar uma família! Toda esta reflexão nos leva a concluir que cada homem e cada mulher que deixam o pai e a mãe para se unirem em matrimônio e constituir uma nova família, não o podem fazer levianamente, mas devem fazê-lo somente por um autêntico amor, que não é uma entrega passageira, mas uma doação definitiva, absoluta, total, até a morte. Este é o projeto maravilhoso de Deus ao desejar que a humanidade existisse neste nosso mundo, em família. Ela é o arquétipo, o modelo de vida que o Senhor Deus quis para o homem na terra. Se destruirmos a família, destruiremos a sociedade. Por isso, é fácil perceber, cada vez mais claramente, que os sofrimentos das crianças, dos jovens, dos adultos e dos velhos, têm a sua razão na destruição dos lares. Para vislumbrar bem a sua importância, basta lembrar que o Filho de Deus, quando desceu do céu para salvar o homem, ao assumir a natureza humana, quis nascer numa família.
É importante relembrar aqui que no costume dos judeus, era o pai da criança quem lhe punha o nome, e isto no dia da circuncisão, oito dias após o seu nascimento. Coube a José a honra de dar-lhe o nome de Jesus (cf. Lc 1,59, 62´63). “Completados que foram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe posto o nome de Jesus, como lhe tinha chamado o Anjo, antes de ser concebido no seio materno”. (Lc 2,21) Com isto vemos que, mesmo sem precisar, Jesus quis ter um pai na terra, quis ter uma família, viveu nela trinta anos. Isto é muito significativo. Com a sua presença na família ele sagrou todas as famílias. Conta-nos São Lucas que após o seu encontro no Templo, eles voltaram para Nazaré, “e Ele lhes era submisso” (Lc 2,51). Vemos assim que a família é “um projeto de Deus”. Como Jesus deveria “assumir tudo que precisava ser redimido”, como diziam os Santos Padres, Ele começou assumindo o seu papel humano numa família, para santificá´la e remi´la. Assim se expressou o Papa João Paulo II: ´O Filho unigênito, consubstancial ao Pai, ´Deus de Deus, Luz da Luz´, entrou na história dos homens através da família´(CF,2). É muito significativo ainda que ”o primeiro milagre” tenha sido realizado nas bodas de Caná (Jo 2); onde nascia uma família. Tendo faltado o vinho na festa, sinal da alegria, Ele transformou água em vinho, a pedido de sua Mãe ´ 600 litros de água em vinho da melhor qualidade.
As mazelas de nossa sociedade, especialmente as que se referem aos nossos jovens: crimes, roubos, assaltos, sequestros, bebedeiras, drogas, enfim, os graves problemas sociais que enfrentamos, têm a sua razão mais profunda na desagregação familiar que hoje assistimos, face à gravíssima decadência moral da sociedade. Como será possível, num contexto de imoralidade, insegurança, ausência de pai ou mãe, garantir aos filhos as bases de uma personalidade firme e equilibrada, e uma vida digna, com esperança? Fruto do permissivismo moral e do relativismo religioso de nosso tempo, é enorme a porcentagem dos casais que se separam, destruindo as famílias e gerando toda sorte de sofrimento para os filhos.
 Pe. Lucimar Geraldo